A fragmentação do Império e as Línguas Românicas

O processo de fragmentação lingüística do Império Romano, responsável pela formação das diversas línguas românicas -- português, francês, espanhol, italiano e romeno, principalmente -- deve ser observado sob o ponto de vista lingüístico e político-social.
O latim falado nas diferentes regiões do Império Romano tinha uma realidade tão diversificada que, no século III da nossa era, a unidade lingüística do império já não existia. Essa enorme diferenciação dialetal é uma das principais causas da transformação do latim nas línguas românicas ou neo-latinas.
Mattoso Câmara aponta algumas causas político-cultural para a diversificação lingüística da România:
- o fator cronológico - as regiões foram romanizadas em momentos diferentes, portanto receberam o latim em momentos diferentes de sua evolução;
- o contato entre a cultura romana e as culturas dos povos conquistados;
- a grande diversidade sócio-econômica das regiões conquistadas;
Ainda, para acelerar o processo de fragmentação lingüística, existem os seguintes fatos históricos:
- o edito de Caracala - que estabeleceu o direito de cidadania aos indivíduos livres do Império, resultando perda de privilégios para Roma (212);
- a descentralização político-administrativa do Império - com a criação de doze dioceses, Roma perde o poder de ditar a norma lingüística;
- a mudança da sede do Império para Bizâncio (330);
- a divisão do Império Romano, provocada pela morte de Teodósio (395), em Império do Oriente e Império do Ocidente (este não resiste às inúmeras invasões).

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